Não sou monocultura: sou floresta
- Raissa Mendes

- 14 de jun. de 2023
- 1 min de leitura

Gosto de pensar a nossa psique como um lugar onde a Natureza selvagem se expressa.
É floresta, com sua diversidade de vida, aquela multidão de cores, aromas, sons. Uma profundidade de histórias contadas em cada manifestação que a compõe...
Mas quando as relações, os sistemas, as construções que fazemos em nossa história demandam adequações, acabamos moldando algumas estruturas, derrubamos árvores vitais, derramamos cimento por cima da terra e em outros campos passamos a plantar aquilo que nos dizem ser o mais bonito, o mais bem aceito, o mais desejado pelos outros e suas argamassas-expectativas.
Parte dessa floresta psíquica ou vira concreto ou vira monocultura, onde a vida selvagem é podada, onde o que cresce espontâneo é arrancado pela raiz.
Quantas “ervas daninhas” você já não matou aí? Essas que crescem sem pedir licença, mas que indicam a saúde de nossos terrenos, e por incomodarem tanto atacamos com herbicida?
Mesmo assim a psique-floresta dá seu jeito. Carrega novas sementes pelo vento, outros brotos crescem. Racha o concreto, quebra o asfalto, e rebrota nas condições que encontra...
Contudo, estando atentas aos sussurros da psique, permitindo que a vida selvagem nos atravesse, facilitamos seu reflorestamento e encontramos o caminho de volta a quem verdadeiramente somos.
🌿 Vamos reflorestar a alma?
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Raissa Mendes

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